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Publicado no jornal 100% Vida por Tais Azevedo

 

Abuso sexual na infância.

    

 O abuso sexual infantil ocorre quando a criança ou adolescente é usada como gratificação sexual de um adulto, ou quando o agressor tem 16 anos ou tem pelo menos cinco anos a mais que a vítima.

     O abuso é baseado numa relação de poder, inclui manipulação da genitália, mama ou ânus, carícias, pornografia e exibicionismo ou até mesmo o ato sexual com ou sem penetração, com ou sem violência física.

    Apesar de ser um assunto sempre difícil de ser tratado, ele deve ser abordado porque a ocorrência do abuso sexual infantil é mais frequente do que imaginamos. Engana-se quem pensa estar vivendo longe desta realidade. Pesquisas mostram que não existe classe social específica para ocorrência deste tipo de violência, mas infelizmente, se ler este artigo já causa desconforto, muito mais difícil e raro é relatar e denunciar.

    A criança violentada torna–se vulnerável, geralmente acredita nas ameaças do abusador e sente-se culpada pelo abuso, como se tivesse contribuído de alguma forma para o crime, e por isso nem sempre consegue denunciar o abusador. Muitas vítimas, mesmo adultas, ainda mantém sentimentos de baixa autoestima, medo, imagem negativa sobre sua sexualidade e percepção corporal, aversão ao toque, etc.

    Por ser frágil e inexperiente em assuntos relacionados ao sexo, a criança violentada fica exposta a diversos riscos e precisamos ficar atentos aos sintomas:

    Físicos: lesões, traumas, hematomas, inflamação e infecção nas regiões oral, genital e retal, doenças sexualmente transmissíveis, gravidez, doenças psicossomáticas e desconforto em relação ao corpo, etc.

    Emocionais: depressão, fugas, ansiedades, desinteresse por brincadeiras, comportamento de adultos, tentativas de suicídio, automutilação, transtornos alimentares, isolamento, medo, pânico, dificuldade de aprendizagem, fobias, déficit de atenção, conduta hipersexualizada, abuso de álcool e drogas, fugas, isolamento, agressividade, alterações no sono e alimentação, desconfiança e percepção de inferioridade e inadequação, crise de choro, alteração de comportamento, etc.

    A atenção deve ser redobrada em relação às crianças, que tendem a sofrer ainda mais, dependendo de quantas vezes a violência foi repetida e porque na maioria das vezes o abusador é alguém próximo, geralmente do sexo masculino.


    Para preservarmos os filhos, a informação e a comunicação são imprescindíveis. Precisamos ouvi-los e acreditar no que dizem, disponibilizarmos tempo a eles, com cuidados básicos, como por exemplo, saber quem são as companhias deles nas horas de lazer, quem são os pais dos colegas, perceber se a criança passa a evitar estar próximo a alguém. Quando os familiares são muito fechados e socialmente isolados, é mais difícil a detecção do abuso. É comum ameaças, subornos e violência serem usados também contra outros membros da família, especialmente contra a mãe, para impedi-los de falar sobre o problema.

    É importante ensinar os nomes das partes do corpo, a dizer NÃO, orientar sobre segurança pessoal e alertar sobre situações de risco de maneira adequada para cada idade.

    Se você desconfiar que a criança foi vítima de abuso, é essencial trazer segurança a ela, validando seus sentimentos, e dando abertura para que o problema seja exposto.


    Caso você tenha dúvida de como agir, procure um psicólogo. O abuso sexual deixa marcas, que precisam de tratamento adequado para serem superadas.


 

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