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Publicado no jornal 100% Vida por Tais Azevedo

TERAPIA CORPORAL BIODINÂMICA

    Diferente das psicoterapias tradicionais que tratam apenas o sofrimento emocional, a psicoterapia corporal considera corpo e mente como parte de um mesmo organismo, uma vez que nossas emoções se expressam através do nosso corpo.

    Olhar para a mente e o corpo do ser humano tem como objetivo reencontrar a capacidade de regular a sua própria energia, e, por conseqüência, seus pensamentos e emoções, podendo alcançar uma vida mais saudável.

    Conhecido como “pai” das Psicoterapias Corporais, Wilhelm Reich (1896-1957), médico vienense e colaborador de Freud, ao romper com a Psicanálise, criou sua própria teoria e técnica, segundo a qual, pensamento e emoção são indissolúveis e influenciam-se mutuamente.

    Se deparando com as dificuldades encontradas por muitos pacientes em obter a “cura” através dos métodos tradicionais de análise, Reich concluiu que se tratava de resistências originárias do caráter de cada paciente, que eram expressas não somente no conteúdo de suas palavras, mas também através do comportamento típico de cada um: o modo de falar, olhar, respirar, andar, gesticular, etc.

    Percebendo a íntima relação com estados emocionais e expressões corporais, ele passou a observar não só o que os pacientes diziam, mas também como eles se expressavam, dando inicio ao que chamamos hoje de leitura corporal.
  
  “Podemos mentir com a boca, mas com a expressão da boca ao mentir dizemos a verdade.” Nietzsche.

    Com a análise do paciente como um todo e não apenas do sintoma isolado, o trabalho analítico tornava-se mais completo. Isso levou Reich a distanciar-se do papel passivo do analista e a intervir de forma mais ativa sobre os processos do paciente.

    A psicoterapia corporal Reichiana é a raiz de várias linhas de psicoterapias corporais, entre elas a Psicologia Biodinâmica, desenvolvida por Gerda Boyesen, psicóloga e fisioterapeuta norueguesa, cuja proposta é ter uma visão de mundo em que corpo e mente são elementos de um mesmo organismo.

    "O trabalho que realizamos tem como princípio o respeito à singularidade de cada ser humano, incentivando a criatividade, potência e espontaneidade de forma afetiva, tolerante e não-invasiva. Enfatiza o amor, o prazer, o conhecimento, o trabalho e a espiritualidade como fundamentos de uma existência plena”, explicam Tais de Azevedo e Sylvio Lincoln S. Almeida, ambos psicólogos e terapeutas Corporais Biodinâmicos, que em seus consultórios trabalham com duas formas de abordagem somática:

- Massagem Biodinâmica, que inclui a concepção do contato físico como forma de comunicação não-verbal, a valorização da intenção no toque e o uso de técnicas específicas de massagem adequadas às diversas necessidades de cada fase do processo psicoterápico, dentre elas a massagem psicoperistáltica, que utiliza um estetoscópio colocado sobre o ventre como guia do processo.

- Vegetoterapia Biodinâmica, que abrange diversas formas de intervenção corporal sem necessariamente haver contato físico com o paciente, incluindo-se aí a associação livre de movimentos, o trabalho com a respiração e exercícios mobilizadores e integradores.
Através de técnicas verbais, corporais e trabalhos com a consciência e imaginação, a psicoterapia corporal procura sensibilizar a auto-percepção e facilitar a expressão emocional com o objetivo de entender e superar bloqueios, liberando potenciais e fortalecendo a autodeterminação.

    “Nós temos vivido em uma sociedade onde a sensibilidade, o auto- conhecimento e a percepção corporal são deixados de lado. Erroneamente consideramos que para estar bem no mundo, é preciso ser forte e construir uma muralha para nos proteger de tudo e de todos. Mas muitas vezes essa muralha nos limita a ponto de nos adoecer.

    Sempre que me deparo com um paciente me pergunto que história este corpo carrega, o que a fala e a postura representam, que tipo de muralha, este ser, que é único, construiu e o que ele está querendo me dizer”, explica Tais.
    A psicóloga explica que muitos pacientes que chegam ao consultório ficam admirados quando se apoderam de sua consciência corporal, percebendo que há muito tempo não respiram direito, não se alimentam e não dormem bem, se sentem sempre tensos, estressados, sem prazer nas pequenas coisas da vida.

    “No decorrer do processo psicoterapêutico a tendência é de tornar aquela muralha, que citamos acima, flexível, para que o paciente saiba como se defender apenas quando for necessário e possa olhar para dentro de si e recuperar sua autonomia e saúde psíquica e corporal”, concluem Tais e Sylvio.  
     "MENTE SÃ CORPO SÃO"


 

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