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Publicado no jornal 100% Vida por Tais Azevedo

VIOLÊNICA DOMÉSTICA

  

   “Em briga de marido e mulher ninguém mete a colher” Quem nunca ouviu este ditado popular, mas será que devemos segui – lo? É natural que você e seu parceiro discutam pois são pessoas com opiniões diferentes.

   O que não pode ser visto com naturalidade é quando apenas um dos dois exerce seu poder de forma autoritária, impedindo o outro de exercer o seu direito de expressão.

   O que dizer então da frase: “mulher gosta é de apanhar”. outra frase que faz parte da nossa cultura, distorcendo a importância do respeito dentro das relações humanas, sabemos que diante de uma agressão física, como empurrões, puxão de cabelos, tapas, socos, queimaduras, torturas, etc, ou verbal, te colocando em situações humilhantes, fazendo ameaças, dizendo palavras de baixo calão são casos de polícia, há 5 anos a Lei Maria da Penha esta em vigor para nos proteger e, quem os presenciar deve se meter sim! Não podemos generalizar tais situações como simples ‘brigas de casal’, pois quem não denúncia também agride.

   Normalmente o homem intimida a mulher através da força física ou de ameaças de agressão aos filhos. Quando as mulheres são dependentes financeiramente de seus companheiros a situação tende a piorar pois temem a separação e depois sofrer com dificuldades financeiras.

   Geralmente a vítima de violência doméstica, sofre de baixa auto-estima, tem sentimento de inferioridade e submissão, sente – se culpada e presa dentro da relação com seu agressor, pois é dependente material ou emocionalmente, muitas acreditam que tais atitudes são normais dentro das relações, outras não falam do assunto por medo de represarias, vergonha, por sentirem –se desamparadas.

   No início das agressões, a maioria das mulheres acreditam que o fato não se repetirá, que foi por um motivo especifico, normalmente não denunciam a primeira agressão e quanto mais passiva é a sua atitude, mais freqüentes e violentas se tornam as agressões. Crêem que o marido se descontrolou por que ficou com ciúmes, ou estava alcoolizado ou porque não teve um bom dia no trabalho, depois da violência normalmente eles pedem desculpas e dizem que o fato não se repetirá,  e ela perdoa até a próxima agressão.

   Pode ser difícil mudar este quadro e retomar o poder de sua vida e segurança, mas com ajuda psicoterapêutica será possível retomar sua potencialidade e resgatar seu amor próprio para dar a volta por cima.

   O agressor é vitima de si mesmo e também precisa ser acompanhado, por ser um perigo real para as pessoas ao seu redor e principalmente pela necessidade de uma auto avaliação em busca de ter uma melhor qualidade de vida afetiva, para poder conviver afetos agradáveis. A maioria dos agressores tem uma vida infeliz, perdem a família, a mulher, o amor e o respeito dos filhos e de outros familiares, e em casos extremos, perdem sua liberdade dentro de uma cadeia.

    Os filhos também merecem atenção psicológica, pois muitas vezes presenciam cenas de violências ou também são agredidos e desta forma crescem traumatizados, descrentes do amor e do respeito, com raiva e medo dos pais, por conta das condições em que cresceram.


 

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