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Publicado no jornal 100% Vida por Tais Azevedo

 

Alcoolismo Feminino

    O alcoolismo feminino sempre existiu, mas antigamente as mulheres bebiam dentro de suas casas.

   Hoje em dia, com novos papéis, a pressão social para que elas sejam bem sucedidas em todos os aspectos da vida, só aumenta.

    Não é fácil ser dona de casa, mãe, profissional, chefe de família, namorada e tudo mais que se espera da mulher. Nesta nova realidade, o número de alcoólatras aumenta a cada dia e como o consumo tem sido também fora de casa, o assunto ficou evidenciado. Muitas mulheres bebem diariamente, depois que saem do trabalho, para “relaxarem” após um dia exaustivo. Além disso, as adolescentes têm entrado em contato com o álcool cada vez mais cedo, e os pais demoram a perceber ou não sabem como devem agir quando descobrem.

   É válido lembrar que o alcoolismo é uma doença e precisa ser tratado, mas antes, a pessoa precisa se conscientizar que está passando da dose, e que precisa de outras fontes de prazer para desenvolver suas obrigações de maneira saudável.

   A terapia pode ser uma destas fontes. Através do autoconhecimento, você pode descobrir quais são os verdadeiros motivos que levaram ao alcoolismo.

   Muitas mulheres bebem para compensar um fracasso, sentimento de abandono, decepção por ter que assumir uma posição de ser sempre forte e independente ou solidão. Às vezes fica tão difícil suportar esta pressão, que as mulheres se rendem à bebida na tentativa de anestesiar a dor. Uma parte das alcoólatras inicia o vício após um trauma, uma perda de ente querido, separação ou maternidade.

   Biologicamente, as mulheres são mais frágeis do que os homens, pois o organismo feminino está menos preparado para metabolizar o álcool. E com isso a absorção se torna mais rápida.

   Os filhos de mulheres alcoólatras recebem precocemente influências ambientais que podem estimular o consumo de álcool, sofrem por serem rotulados e ficam marcados, física e psicologicamente pelas histórias às quais foram submetidos, podendo apresentar uma vida triste, frustrada, “herdando” a insatisfação, o desgosto e revolta de suas mães.

    Muitos, na fase adulta, não conseguem se relacionar, têm dificuldades com a maternidade ou paternidade. Não sabem muito bem que exemplo seguir, pois não tiveram um bom modelo dentro de casa.

   No processo de recuperação, é importante contar com o apoio familiar para reestruturar as bases da alcoólatra, reafirmando potencialidades, quebrando paradigmas e trazendo a possibilidade real de felicidade!

   Com o problema de alcoolismo de alguém na família, todos ao redor sofrem. É difícil ver um ente querido morrendo aos poucos, acabando com suas chances.

    A família pode acabar deprimida pelo sentimento de impotência ou ficar agressiva contra a alcoólatra, por não saber como agir, ou porque a paciência se esgotou. Muitos parentes se afastam.

    Em ambos os casos recomendo a terapia para os familiares também, seja ela individual ou em grupo, porque todos acabam adoecendo juntos. O trabalho importante é o de resgate de um por um para que a harmonia se estabeleça.


 

 

 

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