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Publicado no jornal 100% Vida por Sylvio Lincoln

DEPRESSÃO PÓS - PARTO MASCULINA:

O QUE É?

   Grande notícia, ela está grávida? Todos perguntam sobre a mãe… e o pai, quando será lembrado?

    Primeiramente deve-se ressaltar que durante o período da gravidez os pais estão vivenciando novas experiências no que se refere ao desenvolvimento psicológico.

    Podemos pensar que o imaginário da gestante e do futuro pai interagem com suas novas experiências, podendo conter medos e fantasias.

    Na nossa sociedade existem poucos trabalhos direcionados às gestantes e menos ainda, dirigidos aos futuros pais.

    O projeto de gravidez deve ser o primeiro fato a ser considerado na gestação. Cada casal tem sua história e sendo assim é responsável pela história deste novo bebê. Seja qual for à configuração, essa origem, inscrita no inconsciente parental, marcará a criança definitivamente.

    Para alguns autores, desejar ter um filho não se prende ao consciente, mas também ao inconsciente. Quando o casal se descobre grávido, pode entrar em conflitos psico – emocionais. A confirmação e o reconhecimento da gravidez implicam em uma série de mudanças emocionais e psicológicas, principalmente em se tratando do primeiro filho.

    É muito comum, que no caso do pai, ele seja colocado em terceiro plano. Nós ouvimos sempre perguntas sobre o bebê, sobre a mãe e raras vezes sobre o pai, o que o faz se sentir excluído.

    Um momento importante, que criará a percepção física da existência do bebê é o primeiro toque, os seus movimentos, às vezes visíveis a olho nú, quando a barriga da mãe mexe e se entorta. Acariciar a barriga funciona como uma antecipação do encontro que acontecerá entre os três, pai, mãe e filho após o nascimento. Essa preparação pode permitir aos pais uma melhoria na qualidade da acolhida que proporcionarão ao filho.

    Existe também a preocupação econômica para criar e proporcionar um futuro à família em crescimento.

    Após o nascimento, é normal e esperado que a mulher se dedique mais ao bebê, principalmente no primeiro trimestre de vida, período também chamado como quarto trimestre da gestação. É quando os pais se dão conta do cansaço imposto pelas tarefas que se iniciam.

    Todos estes acontecimentos acima, aliados a vários outros, e a história deste pai, podem levá-lo à Depressão Pós-Parto (DPP) Masculina. Recentes pesquisas demonstram que cerca de 10% dos pais passam por ela, no período que vai do 3º ao 6º mês do bebê. Os estudos mostram ainda que a DPP ocorre em dobro nos casos em que a mãe ficou deprimida.

    Ainda não se conhece muito da DPP masculina, mas sabe-se que os sintomas mais comuns são: desesperança, pessimismo, tristeza profunda, culpa, fadiga, morosidade, dificuldade de concentração, de tomar decisões e de memória, desinteresse pelas atividades do dia-a-dia, para atividades antes prazerosas como o sexo, pensamentos mórbidos ou suicidas, impaciência, irritabilidade, mudanças bruscas de humor, doenças psicossomáticas como: insônia ou hipersonia, distúrbios alimentares, dores de cabeça, distúrbios digestivos e/ou dores crônicas.  

    Para a DPP masculina alguns sintomas podem passar desapercebidos como por exemplo, trabalhar demais e/ou fazer muitas atividades para (inconscientemente) escapar da vida doméstica. Também podem ser sintomas a utilização de bebida e/ou automedicação em excesso, ferir-se e/ou sofrer acidentes com freqüência, apresentar atitudes hostis, agressivas, descontroladas e/ou impulsivas como: iniciar um caso extraconjugal ou abandonar a família justamente no pós-parto.

    Deve-se observar que o diagnóstico e tratamento devem ser realizados por profissionais especializados (psicólogos). O tratamento normalmente será multidisciplinar aliando a psicoterapia ao tratamento psiquiátrico.

    A melhor forma de evitar o problema é o pai e a gestante realizarem um acompanhamento psicológico durante a gravidez e também no puerpério. Na maioria dos casos, em nossa clínica, a psicóloga Tais de Azevedo trabalha com a gestante ou com a dupla mãe e bebê e o psicólogo Sylvio de Almeida com o pai (o que pode ser individualmente ou em grupo).

    Assim, durante a terapia, o pai pode se preparar para as questões psíquicas e emocionais que virão nesta fase, reduzindo o risco da DPP masculina.



 

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jj