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Publicado no jornal 100% Vida por Tais Azevedo

Traição

  "Será que essa gente percebeu, que essa morena desse amigo meu, Tá me dando bola tão descontraída. Só que eu não vou em bola dividida, Pois se eu ganho a moça, eu tenho o meu castigo. Se ela faz com ele, vai fazer comigo”

Música: Bola Dividida – Luiz Ayrão

   Você já traiu ou foi traído? A traição sempre esteve presente em nossa civilização, de maneiras mais veladas ou de formas escancaradas. Ninguém está livre, ainda mais por que existem várias formas de ser traído: por amigos, no trabalho, na família ou com a pessoa amada e é com esta que vamos nos aprofundar.

   Quando assumimos um relacionamento, geralmente ele vem pactuado com a fidelidade, que reúne um conjunto de valores importantes para o casal. Quando você descobre que foi traído, muitas vezes seu parceiro não sabe responder o real motivo que o levou a agir assim: pode ser por atração física, paixão repentina, impulso, vingança, união fracassada, etc. Mas essa descoberta, sempre gera muito sofrimento. Seja porque nos sentimos trocados, desvalorizados, com a confiança quebrada, enfim, por um turbilhão de motivos que envolvem a quebra do pacto anteriormente firmado.

   Poucos casais assumem o relacionamento aberto, onde ambos podem manter contato sexual com outras pessoas. Em geral conside- ramos como traição o ato sexual e o envolvimento emocional com um terceiro, mas muita gente mantém o relacionamento e “aceita” ser traído, arrasta seu sofrimento por anos, pois não encontra forças emocionais para dar a volta por cima, exigindo respeito. Normalmente esta pessoa possui baixa auto-estima, considera que a traição não é falha tão grave, é comodista ou não abre mão do conforto de estar casada.

   Os homens traem mais que as mulheres, mas pesquisas apontam que estes dados estão quase se igualando com o passar dos anos. Na maioria das vezes não temos muito espaço, nem pessoas para falar da dor que a traição causa, sentimos vergonha, agimos com agressividade. Tomar atitudes sob impulso pode terminar a relação sem que haja tempo  para pensar sobre o que se passa     interiormente. Há a dificuldade de lidar com os filhos, com o fim de relação, e com a situação de ser trocado por outra pessoa.

   A palavra amante ameaça a maioria das pessoas, muito por causa da nossa insegurança, o que acaba acarretando ciúmes, possessividade e caos na relação.

   Inevitavelmente nos perguntamos, mas por que você não terminou comigo antes de ficar com outra pessoa? Ou o que ela tem que eu não tenho? Mas antes de se culpar, é importante parar e pensar, se a relação estava boa antes da descoberta da traição. Havia felicidade verdadeira? Quais são as falhas no relacionamento? Ciúme e o controle são garantias de fidelidade?

   Muitos casais redescobrem a felicidades juntos após superar a traição, caso seja possível perdoar, mas é importante analisar todos os detalhes, ser justo com você, decidir se é possível manter a união sem sofrer com o passado. Por outro lado, o infiel tem que analisar seus sentimentos, compreender o que levou à traição, seja para terminar ou melhorar a relação do casal.

   A terapia de casal ou indivi-dual pode ser o lugar certo para lidar com o problema, enfrentar as dificuldades e retomar a vida com mais felicidade e segurança interna.

 

 

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