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Publicado no jornal 100% Vida por Tais Azevedo, ed. Junho,2011

 

VOCÊ SOFRE COM A VIOLÊNICA VERBAL?

   O mês de junho é tido como o mês de celebração do amor, do afeto, das relações. Mas como você vive seu amor próprio e ao próximo nos dias de hoje?

   Temos vivido em um contexto violento, seja nas ruas, no trânsito, no trabalho, e também em nossas relações familiares. Tudo parece estar contaminado pela violência seja ela qual for.

   Geralmente nos chocamos quando a  violência aparece na forma física, mas a violência verbal ou psicológica  é tão destrutiva quanto a outra. Quando a violência não explode nos braços, nas mãos, através de murros, socos, ela escapa pela boca através da violência verbal. Esta violência que não é denunciada, não é amparada, muitas vezes nem é reconhecida, tem atingido cada vez mais nosso dia-a-dia.

   Pare um pouco e pense, você já foi vítima de violência verbal? Já ouviu de seu(a) esposo(a), amigos, familiares, patrão, filhos, insultos que te degriniram, te humilharam, te diminuíram, comparações maldosas, insultos, chacotas, gritos, menosprezo?

   Agora pense se você já agrediu alguém verbalmente, expondo-a à estas situações?

   Sabemos que viver numa situação de violência verbal repetitiva leva a pessoa agredida  ao estresse, que pode chegar ao nível crônico, com graves repercussões à saúde. Por exemplo: se você tem propensão à depressão ou à ansiedade, e vive em situações de agressões verbais, pode desencadear transtornos, como as psicosomatizações, inseguranças, síndrome do pânico, insônia, transtornos alimentares, choro freqüente, fadiga, cansaço, etc…

   É difícil catalogar qual tipo de violência verbal é mais grave, se é a de patrão X empregado, irmão X irmão, colegas X colegas, pais X filhos, filhos X pais ou marido X mulher.

   O fato é que ninguém tem direito de agir desta maneira com outra pessoa, e cabe a cada um se defender. Mas quando se trata de ações contra crianças e adolescentes, geralmente estas agressões verbais vêm dos pais, professores, colegas.

   Nestes casos todo o núcleo familiar deve ser assistido. Por exemplo: se a mãe grita com os filhos por eles fazerem bagunça, cabe a mãe (adulta) saber lidar com a situação ensinando o certo do errado, com paciência e respeito, ou se o pai está cansado  do trabalho e menospreza o filho,  cabe a ele saber como separar seus dilemas pessoais de sua paternidade.

   Se o problema for na escola, a família deve estar atenta as queixas trazidas pela criança pedindo ações junto às coordenações escolares, combatendo o abuso do poder ou o bulling. Afinal estas crianças crescerão seguindo o exemplo dos pais, e educadores. Aí fica a pergunta:  o que você está passando de valores para seus filhos?

   Quando a agressão vem do trabalho, existe defesa relacionada ao assédio moral.
Mas o que fazer quando a agressão vem da pessoa amada?

   A princípio é difícil reconhecer a violência verbal, pois achamos normal que nosso parceiro grite conosco nos chamando de nomes horríveis, quando ele está nervoso, bravo, em meio de uma discussão. E quando nos damos conta da situação, podemos nos sentir envergonhados, submissos, temerosos ou merecedores de tal violência.

   Então ela pesa ainda mais, pois somos atingidos no alvo de nossas fraquezas. Não sabemos como lidar com nossas dores. Geralmente tempos depois o parceiro agressor pede desculpas e acabamos aceitando a situação  até o próximo episódio.

   Mas porque fazemos isso?

   A causa pode estar na baixa auto-estima de ambas as partes. O agressor precisa diminuir a vítima para se sentir melhor, superior. E a vítima aceita a agressão por não saber se valorizar.

   O agressor humilha, deprecia, diminui, não reconhece os méritos de quem está ao seu lado, intimida, ameaça, amedronta. A vítima carrega as culpas de tudo o que dá errado na relação, sente – se impotente, miserável.

   Mas muitas vezes as mulheres não são as vítimas e sim as agressoras, não só com os filhos, mas com os companheiros, testando sua masculinidade  até que eles explodam.
 
   Infelizmente, este problema afeta todas as camadas da sociedade. E só quem passou ou ainda passa por este tipo de situação sabe como é difícil mudar, como é difícil se defender, encontrar um novo jeito de se relacionar, fazer reconsiderações ao amor, ou terminar esta relação.

   A psicoterapia é um recurso para você resgatar seus desejos, sonhos, colocar limites em suas relações, aprender a lidar com suas frustrações sem depositar seus fracassos no outro e pode ajudar na busca por um caminho mais seguro, feliz, agradável, e respeitoso.

   Aprender a se amar é fundamental quando queremos ser amados de verdade.

   Reconstrua sua auto-estima e dê um basta em qualquer tipo de violência

 

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