RELAÇÕES AMOROSAS DESCARTÁVEIS

Estamos tão acostumados a vivermos na era do imediatismo e do consumo que quando uma coisa aparenta não ter mais serventia ou quando um eletrodoméstico chega ao fim de sua curta vida útil normalmente jogamos fora e substituímos automaticamente pelo próximo da prateleira da loja.

O problema é que cada dia mais estamos agindo na mesma forma em nossas relações, inclusive nas relações amorosas. Tratamos as pessoas como coisas, enquanto elas nos servem em nossas necessidades superficiais e logo que temos a sensação de que são insuficientes diante do nosso desejo as descartamos como um objeto.

Muitas pessoas agem assim por sentirem se inseguros, temem criar laços afetivos profundos, com tranqüilidade, entrega ao parceiro, cuidados, etc; E optam por viverem varias relações rápidas e superficiais do que uma relação profunda e verdadeira. É como se essas pessoas se escondessem de si mesmos e automaticamente não podem se expor ao parceiro, deixando com que as relações fiquem cada vez mais frágeis e passageiras.

A tecnologia que nos cerca pode ser destrutiva também neste sentido, como vivemos na era do “eu quero agora, eu quero rápido” ela facilita os encontros através de sites, aplicativos, redes sociais, o que pode ser bom, porém se não forem bem usados, podemos cair na armadilha de manter várias possibilidades de relacionamentos ao mesmo tempo, muitos aplicativos parecem um frio catálogo de pessoas disponíveis para breves relações, as escolhemos, geralmente pela aparência ou pelas facilidades de encontro,se uma pessoa demora pra responder, logo temos outra engatilhada e assim quem responder primeiro ganha um tempo passageiro da sua atenção, quem demora na resposta é descartado. Com um click, adicionamos pessoas, aprovamos pessoas,  cancelamos amizades, com uma mensagem desfazemos namoros, com uma alteração no perfil, bloqueamos contatos.

Conviver com pessoas em relações superficiais é bem complicado, porque não há investimento real na relação, pois o individualismo impera, a outra pessoa foi aproximada apenas para satisfazer as necessidades do outro e sente – se o tempo todo ameaçada caso falhe. Quando um atrito acontece geralmente não se preocupa em resolve –lo, apenas em desfazer a parceria, assim a fila anda e vem o próximo.

Neste contexto a quantidade de relações se transforma maior que a qualidade e automaticamente as pessoas também não amadurecem, não melhoram seu potencial não conhecendo seus valores, medos e desejos reais.

Estamos convivendo cada vez mais com pessoas vazias, solitárias, infantilizadas, egoístas, fechadas no mundo virtual, sem qualquer conhecimento de si mesmos.

Em terapia essas pessoas podem realizar o auto conhecimento superando as dificuldades de encararem uma relação saudável e serem mais felizes e amadurecidas por isso. Muitas pessoas que agem desta forma, algum momento da vida sentiram –se menosprezados, não amados, decepcionados e se enclausuram em falsas relações para não se encararem de frente.
Normalmente querem tudo e não querem oferecer nada, querem estar tranqüilos na vida, mas exigem tudo do parceiro, sentem medo de se entregarem de cabeça na relação, mas deseja que o parceiro se entregue totalmente, temem perder a liberdade pessoal estando firme na relação, mas sentem medo de que o parceiro seja livre e se afaste.

Para as pessoas que se colocam em relações descartáveis mas deseja o oposto na terapia, podem descobrir suas potencias e formas de sair deste ciclo serventio e construírem sua auto estima de forma a favorecer seu desejo e assim poder viver uma relação prazerosa e gratificante.
E você quer continuar a descartar e ser descartável ou prefere dar uma chance de viver em plenitude as oportunidades de uma relação amorosa sólida e verdadeira?

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